
A suplementação de vitaminas e minerais é um tema recorrente nos consultórios pediátricos, gerando dúvidas tanto em pais quanto em profissionais de saúde. Afinal, quando essa prática é realmente necessária e benéfica para o desenvolvimento infantil?
Dr. Carlos Oliveira, pediatra e nutricionista infantil, esclarece que a suplementação não deve ser vista como uma solução universal. “Cada caso precisa ser avaliado individualmente, considerando fatores como idade, hábitos alimentares e histórico de saúde da criança”, explica.
A importância da alimentação balanceada
Antes de recorrer à suplementação, é fundamental priorizar uma alimentação variada e nutritiva. O Dr. Oliveira ressalta: “Uma dieta equilibrada, rica em frutas, verduras, legumes, proteínas e carboidratos complexos, geralmente fornece todos os nutrientes necessários para o crescimento saudável”.
Situações que podem exigir suplementação:
- Prematuridade
- Alergias alimentares
- Dietas restritivas (como vegetarianismo ou veganismo)
- Doenças crônicas que afetam a absorção de nutrientes
- Períodos de crescimento acelerado
Vitamina D: um caso especial
A suplementação de vitamina D é frequentemente recomendada, especialmente para bebês em aleitamento materno exclusivo. A Dra. Mariana Santos, endocrinologista pediátrica, explica: “A vitamina D é essencial para a formação óssea e o sistema imunológico. Como sua principal fonte é a exposição solar, muitas crianças podem apresentar deficiência”.
Ferro: atenção aos primeiros anos de vida
O ferro é outro nutriente que merece atenção especial na pediatria. O Dr. Oliveira destaca: “A deficiência de ferro pode causar anemia e prejudicar o desenvolvimento cognitivo. Por isso, a suplementação é frequentemente recomendada para bebês prematuros e crianças entre 6 meses e 2 anos de idade”.
Riscos da suplementação excessiva
É importante lembrar que o excesso de vitaminas e minerais também pode ser prejudicial. A Dra. Santos alerta: “A hipervitaminose, especialmente de vitaminas lipossolúveis como A, D, E e K, pode causar efeitos colaterais graves. Por isso, a suplementação deve ser sempre orientada por um profissional de saúde”.
Avaliação individualizada
Antes de iniciar qualquer suplementação, é fundamental realizar uma avaliação completa da criança. Isso pode incluir:
- Exames laboratoriais
- Análise da dieta
- Avaliação do crescimento e desenvolvimento
O papel do pediatra
O pediatra desempenha um papel crucial na orientação sobre suplementação. O Dr. Oliveira enfatiza: “É nosso dever educar as famílias sobre a importância de uma alimentação saudável e, quando necessário, prescrever suplementos de forma segura e personalizada”.
Conclusão
A suplementação vitamínica e mineral na pediatria pode ser uma ferramenta valiosa em situações específicas. No entanto, não deve substituir uma alimentação equilibrada e hábitos de vida saudáveis. A orientação profissional é essencial para garantir que cada criança receba os nutrientes necessários de forma segura e eficaz.