
A ortopedia, especialidade médica que trata de doenças e lesões do sistema musculoesquelético, tem encontrado na utilização de órteses e próteses importantes aliados para a recuperação de pacientes. Esses dispositivos, quando bem indicados e utilizados, podem fazer a diferença entre uma reabilitação bem-sucedida e complicações pós-operatórias.
O que são órteses e próteses?
Antes de mergulharmos nas indicações e cuidados, é importante entender a diferença entre esses dois dispositivos:
- Órteses: São dispositivos externos aplicados ao corpo para modificar aspectos funcionais ou estruturais do sistema musculoesquelético. Elas auxiliam, corrigem ou facilitam a execução de uma função.
- Próteses: São dispositivos que substituem, total ou parcialmente, um membro ou órgão.
Indicações para o uso de órteses
As órteses têm diversas aplicações na ortopedia, sendo as mais comuns:
- Imobilização pós-fratura ou cirurgia
- Correção de deformidades
- Alívio de dor em articulações
- Prevenção de lesões em atividades esportivas
- Auxílio na marcha em casos de paralisia
O Dr. Carlos Silva, ortopedista do Hospital das Clínicas de São Paulo, explica: “As órteses são ferramentas valiosas no tratamento conservador e na reabilitação pós-operatória. Elas permitem que controlemos o movimento e a carga aplicada às estruturas em recuperação.”
Quando as próteses são necessárias
As próteses entram em cena quando há necessidade de substituição de membros ou articulações. Suas principais indicações incluem:
- Amputações traumáticas ou por doenças vasculares
- Substituição de articulações em casos de artrose avançada
- Reconstrução após ressecção tumoral
“A evolução tecnológica tem permitido o desenvolvimento de próteses cada vez mais funcionais e adaptadas às necessidades individuais dos pacientes”, afirma a Dra. Mariana Santos, especialista em reabilitação do Instituto de Ortopedia e Traumatologia.
Cuidados pós-operatórios essenciais
O sucesso no uso de órteses e próteses depende não apenas da correta indicação, mas também dos cuidados pós-operatórios. Alguns pontos cruciais são:
- Seguir rigorosamente as orientações médicas quanto ao tempo e forma de uso
- Manter a higiene adequada do dispositivo e da área de contato com a pele
- Realizar exercícios de fisioterapia conforme prescrição
- Estar atento a sinais de desconforto, dor ou alterações na pele
- Comparecer às consultas de acompanhamento regularmente
A fisioterapeuta Lúcia Oliveira ressalta: “A adaptação a uma órtese ou prótese é um processo que exige paciência e dedicação. O acompanhamento multidisciplinar é fundamental para o sucesso do tratamento.”
Desafios e perspectivas
Apesar dos avanços, o campo das órteses e próteses ainda enfrenta desafios. O alto custo de dispositivos mais avançados e a necessidade de personalização são obstáculos a serem superados.
No entanto, as perspectivas são animadoras. A impressão 3D tem permitido a criação de órteses e próteses personalizadas a custos mais acessíveis. Além disso, pesquisas com materiais inteligentes e integração com sistemas nervosos prometem revolucionar a área nos próximos anos.
O Dr. Roberto Almeida, pesquisador da Universidade Federal de São Paulo, comenta: “Estamos caminhando para um futuro onde as próteses serão controladas diretamente pelo cérebro, proporcionando uma experiência muito próxima à de um membro natural.”
Conclusão
O uso adequado de órteses e próteses representa um avanço significativo na ortopedia, oferecendo melhores perspectivas de recuperação e qualidade de vida para os pacientes. A combinação de tecnologia, conhecimento médico e cuidados pós-operatórios adequados é a chave para o sucesso desses tratamentos.